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Formada em Comunicação Social pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, com especialização em Administração pela FIA-USP e MBA em Gestão da Saúde pelo INSPER e Coaching pelo Instituto Brasileiro de Coaching e Universidade de Ohio

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Impactos de uma liderança ausente

Você já passou por situações em que, ao final de um período, tomou conhecimento de resultados que você jamais esperava, considerando todo seu empenho e trabalho?

Já achou que tudo ia bem e ao ver os números finais - já nos 45 minutos do 2º tempo -  descobriu que,  embora você tenha alcançado resultados financeiros expressivos, o grau de motivação e satisfação de sua equipe e clientes não evoluiram, ou ainda, diminuiram?

Se sua resposta foi positiva observe seu comportamento, pois pode estar distante da equipe. Apesar de trabalhar muito, por vezes além de seu horário, numa roda-viva de reuniões, e-mails e outras atividades burocráticas, talvez esteja deixando a desejar na proximidade com sua equipe e clientes.

Se entre você e a linha operacional existem cargos de liderança médios, tanto pior.

Está "delegando" a operacionalização dos serviços sob sua responsabilidade a profissionais com baixa prontidão e sem acompanhamento necessário. Estes farão o que puderem para atingir os resultados, mesmo sem ter ainda maturidade para identificar melhorias em macro-processos, desenvolver pessoas e equilibrar o binômio custo x qualidade.

O peso desta responsabilidade também será transferido diretamente para as linhas de execução e destas para os clientes. A percepção de falta de respaldo limita a criatividade, inovação, soluções alternativas, reduz "empowerment" e estimula a postura do " não é comigo".

Manter o nível gerencial e de diretoria distantes das linhas de frente gera altos índices de insatisfação, não obstante o infindável número de iniciativas desenvolvidas para melhorias.

Quando falamos da área da saúde, isso se potencializa, porque gente que cuida de gente precisa ser tratada como gente. Parece piegas e simplista a questão e, se observar bem, é mesmo.

Complicamos o que é simples e simplificamos o que é complexo.Não é possível falar em humanização em um ambiente onde as pessoas nas linhas de frente sejam tratadas como meros executores sem a devida importância na cadeia produtiva por quem pertence à alta gestão.

Aceitar que toda esta responsabilidade seja despejada nas lideranças médias e/ou gerenciais pode ser saída por algum tempo, mas não o tempo todo.

Se a desmotivação e outras questões de clima organizacional vêm sendo aventadas em períodos sequenciais há um importante comprometimento da alta gestão, que deve ficar mais atenta aos sinais. Isto é reflexo do distanciamento e possivelmente de uma postura centralizadora e onisciente, sob efeito cascata.

Este status quo pode ser mantido por algum tempo, em especial se os resultados financeiros corresponderem às expectativas dos investidores, lembrando que para tudo há um preço.

Não seria de se estranhar que organizações enquadradas neste contexto tenham alto índice de turn over, baixa motivação geral ou ainda percepção de tratamento não-igualitário.

E veja, esta pode ser uma decisão unicamente estratégica :  por parte das empresas líderes em seus segmentos, por se darem ao luxo de serem um "desejo de consumo" de profissionais e clientes; por parte de empresas de médio e pequeno porte, por falta de visão estratégica.

No mundo corporativo, assim como na vida, não há certo ou errado. As coisas podem sair bem ou não a depender do contexto. Mas o contexto muda e por isso chamo a atenção dos profissionais do setor da saúde,em especial, porque nele tratamos com vidas.

O mundo mudou muito, muito rápido e continua mudando. O poder da era 3.0 já bate à nossa porta.

Pare, pense, repense. É hora de mudar. A cumplicidade positiva e o circulo virtuoso vem da criação de vínculos e vínculos se criam com a proximidade, abertura e gestão participativa.

Grande abraço!

Jessica M Gomes







2 comentários:

  1. Jessica,
    Muito boa sua reflexão. Os líderes na sua maioria estão mais preparados para lidar com a gestão de resultados do que com a gestão de pessoas. Abrs

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  2. Olá,Yara. Exatamente!E o desafio deste nova era não é mais falar sobre o quê fazer, nem o porquê fazer, mas ter lideranças médias preparadas para o "como" fazer. Isso só é possível com proximidade operacional. Em breve falaremos mais sobre isso. Obrigada por participar e continue conosco! Grande abraço! Jessica

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