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Formada em Comunicação Social pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, com especialização em Administração pela FIA-USP e MBA em Gestão da Saúde pelo INSPER e Coaching pelo Instituto Brasileiro de Coaching e Universidade de Ohio

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Saúde: o setor carece de mudança cultural

Passei um terço da minha vida profissional liderando equipes e me dedicando ao relacionamento no setor de saúde. Digo que nenhuma experiência anterior fora tão rica do ponto de vista de relacionamento humano.

A complexidade de relações e interações do setor ao mesmo tempo que assustam, enriquecem nosso conhecimento se tivermos a capacidade de ler as entrelinhas da cadeia de valor da saúde. 

Fontes pagadoras, prestadores de serviço, corpo clínico, enfermagem, terceiros, fornecedores, administradores, investidores, enfim, nichos com diferentes objetivos, prioridades, especificidades, dificuldades, realidades absolutamente diferentes, interagindo todo o tempo e produzindo como resultado um serviço final.

Claro que não estamos falando de nenhuma novidade, visto que isto acontece em qualquer outro mercado, mas vamos focar no nosso objetivo aqui: Saúde.

Orquestrar este rol de interesses e necessidades diferenciadas está longe de ser tarefa fácil e é neste contexto de complexidade de relações que se insere uma finalidade básica: a VIDA.

Então, qual o papel da liderança? Qual o melhor perfil de gestor? Considerando que profissionais com completude e prontidão em 100% das competências esperadas não existem, o que valorizar?
Quanto ao desenvolvimento de líderes o que e como focar?

Observe que a cultura em saúde é por definição setorizada, verticalizada, especialista. Neste sentido, o primeiro desafio é horizontalizar a cadeia em benefício do resultado final e isto depende de uma mudança cultural.

Imaginar Cuidados Integrados com Pacientes sem conseguimos integrar as áreas e colaboradores envolvidos em um objetivo comum é utopia. Por mais que processualmente a coisa aconteça, na percepção do cliente estaremos sempre desconectados.

E por onde começar esta mudança?

Recomendação número 1: comece olhando as "roupas do seu varal". Sim, porque se não tivermos o senso de integrantes da nossa própria equipe, não conseguiremos inspirar nosso time, que precisa de um "modelo" a seguir.

Provocações:

Enquanto líder, sinto-me integrante da minha equipe de trabalho ou vejo-me e sou visto como "chefe do setor"?

Estimulo o trabalho de equipe de forma saudável, sem alimentar egos e menosprezar a importância ou ainda simplificar a complexidade das atividades dos diversos players da cadeia de serviços?

Reconheço e divulgo o valor e contribuição da equipe no resultado do trabalho ou insisto em  voltar os holofotes para mim mesmo?

Baseio-me em fatos para formar opiniões e tomar decisões ou me deixo levar pela percepção de outros, aparências e pelo que "se ouviu dizer"?

No dia-a-dia relaciono-me com a equipe, visito a operação buscando saber como estão as coisas, mostrando-me próximo da equipe e apoiando efetivamente?

Nos momentos de crise e dificuldade estou pronto a botar a mão na massa e fazer parte da solução ou sento-me em meu escritório buscando saber quem está resolvendo as coisas e buscando culpados?

Invisto esforços para estar "certo", "ter razão" ou busco apoio nas linhas de frente para saber como posso mudar, fazer melhor, com humildade?

Reconheço o trabalho e desenvolvo talentos reais ou busco ter na equipe recursos de menor potencial por insegurança e preservação própria?

Estabeleço metas factíveis? Esclareço as regras do jogo e cumpro-as no final, mesmo que decisões erradas de minha parte afetem o resultado do time?

Vejo nas críticas uma oportunidade de melhor ou concentro esforços para "pequenas vinganças"?

No modelo de bonificação e/ou remuneração variável, associo metas globais e de equipe relevantes ou utilizo metas setoriais estimulando a concorrência interna?

Feita esta reflexão, estaremos prontos para a recomendação de número 2: Liderança como Modelo
Grande abraço!

Jessica M Gomes



4 comentários:

  1. Parabéns pelas suas colocações !!!

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  2. Olá, Guido! Obrigada por nos visitar! Nosso desejo é compartilhar experiências! Sempre que puder deixe seus comentários sobre o tema. A troca de opiniões é sempre muito salutar! Abraços, Jessica

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  3. Seus textos são excelentes Jessica!

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  4. Obrigada por acompanhar, Gisele! Mudança de cultura não é coisa fácil, precisamos criar hábitos como se fossem orações diárias! Gde abraço! Jessica

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