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Formada em Comunicação Social pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, com especialização em Administração pela FIA-USP e MBA em Gestão da Saúde pelo INSPER e Coaching pelo Instituto Brasileiro de Coaching e Universidade de Ohio

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Abutres ou Humanos? Eis a Questão!

Nos últimos dias tenho refletido sobre o motivo que leva o ser humano a ter tamanha atração pelas tragédias, dificuldades ou problemas alheios a si próprio.

Intriga-me o fato de que as demonstrações de ajuda, solidariedade e compaixão verdadeiras sejam percebidas em número infinitamente menor que as iniciativas de observação e abordagem meramente especulativas.

Veja:
  • Um acidente de trânsito é capaz de causar mais transtorno pela curiosidade em torno do fato que necessariamente por almas piedosas oferecendo ajuda.
  • Uma notícia trágica tem muito mais pontos na audiência que um documentário sobre ações humanitárias em qualquer local da cidade ou do mundo.
  • Problemas de relacionamento entre casais adquirem muito mais conselheiros que aqueles que se prontificam em cumprimentar um casal por sua felicidade estável.
  • Quando um transeunte tropeça de forma súbita, há mais reações de risos que de ajuda.
Enfim, estes são apenas alguns exemplos cotidianos de atitudes controversas no âmbito das relações ditas "humanas".

Quando estamos envolvidos com um problema de fato, há muito mais especuladores que o fazem a título de ter o que comentar sobre o outro, seja para vangloriar-se por não estar naquela situação ou ainda para escarniar com as dificuldades alheias. Só o que não se vê é uma genuína preocupação com o outro.

A individualidade é prioridade na vida das pessoas em número cada vez maior e as relações cada vez menos valorizadas. 

O insano é que o egoísta crônico potencializa tudo em sua vidinha medíocre: o seu "mais" é mais que o de todas as pessoas, o seu "menos" é menos que o menos de todo mundo, sua "dor" dói mais, seu "sofrimento" é mais pesado e ninguém no universo merece alegrias maiores do que as que ele mesmo é capaz de sentir.

O sentido de coletividade esvaziou-se como se esvaziam os corações de sentimentos autênticos.

Preocupam mais as opiniões alheias, a possibilidade de ter sido passado para trás ou ainda de ver que o outro possa estar se dando melhor que ele mesmo.

Agora, há de se acreditar que um profissional de relacionamento ou atendimento seja capaz de ser um profissional de valor com este tipo de comportamento? 

Oras, ser um profissional de atendimento de excelência exige desprendimento e desapego. Exige o olhar na coletividade, no outro. Exige doação.

No extremo, seriam seres humanos os que se deliciam e se alimentam ao sentir aquela dose de contentamento por ver seu semelhante em situação de dificuldade, necessidade ou desespero?

É possível que um elemento se entenda ser melhor e diferenciado por ter a propriedade e contatos especuladores de fonte segura?

Sinceramente, abomino esta espécie, mas em minha crença, oro para que estas criaturas evoluam

Alguns os comparam a abutres. Mas também esta comparação não me parece justa. Devem ser um nível evolutivo acima.

E você, já pensou nisso?

Grande abraço,

Jessica M Gomes




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